A Grã-Bretanha após o período glaciário
A geografia da Grã-Bretanha tem vindo progressivamente a alterar-se. A ilha inclina-se ao longo de uma linha que parte de Devon, passa pela Gales do Sul e atravessa a Inglaterra até ao norte de Yorkshire. A terra a norte e a oeste dessa linha ergue-se, enquanto a sul e a leste se afunda.
Durante o período glaciário, desde a Escócia até à margem norte do Tamisa, a Grã-Bretanha esteve coberta de gelo, cujo enorme peso provocou um maior afundamento da ilha. Atualmente, decorridos milhões de anos após o degelo, a Grã-Bretanha do Norte está a retomar lentamente a sua posição primitiva, em consequência do que se verifica um fenómeno semelhante a um balouço gigantesco, que provoca um afundamento da parte meridional da ilha.
Este processo afecta todos os países que rodeiam o mar do Norte. Assim, os litorais ocidentais da Dinamarca, do Norte da Alemanha, da Holanda e do Sudoeste da Inglaterra estão a afundar-se, enquanto a Escandinávia se ergue.
Os geólogos calculam que a diferença de nível é da ordem dos 125 mm cada 100 anos, embora a proporção varie consideravelmente. Londres desceu 4,5 m desde os tempos dos Romanos, o que em parte explica a subida da maré do Tamisa. Os efeitos das marés, que durante os tempos dos Romanos se faziam sentir até à Ponte de Londres, podem hoje ser observados 30 km mais acima.
No Castelo de Harlech, na costa da Gales Central, verifica-se o processo oposto. Aquando da sua construção, em 1286, o portão do castelo abria-se diretamente sobre o mar, o qual atualmente se encontra a uma distância não inferior a 800 m.
Comentários
Exibir comentários como Sequencial | Discussão