As viúvas hindus acompanhavam outrora os maridos na sepultura
Por toda a Índia, monumentos testemunham a devoção das viúvas hindus pelos maridos. Cada uma destas satis (mulheres virtuosas) fez o supremo gesto de expiar os próprios pecados e os do marido, e assegurar a bem-aventurança para ambos, lançando-se nas chamas da pira funerária do marido.
Não está em causa se elas se sacrificaram voluntariamente ou não. Uma mulher hindu que duvidasse do dever que esperavam que ela cumprisse podia também ter concluído que a morte era preferível à vida de proscrita que levaria se recusasse. E se, no fim, a coragem a abandonasse, não faltariam homens com varas que a empurrariam para as chamas.
Esta cerimónia remonta pelo menos ao século IV a.C. Foi uma seita hindu, a Brahmo Samaj, quem primeiro se ergueu contra as satis, e, face à oposição ortodoxa hindu, convenceu os Ingleses a proibi-las. Foram ilegalizadas na Índia britânica, mas mantiveram-se 30 anos em alguns estados governados por príncipes. E há rumores de que ainda são secretamente praticadas.
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