O Martelo de Rubinero - Do Sonho
Dormia Rubinero, quando um breve sonho interrompeu o seu sono profundo. No mundo onírico daquele que fez do ramo imperioso a sua moradia por uma noite, surgiu um visitante do futuro, que se encontrava de pé sobre um pilar de mármore brilhante, com um leão derrotado a seus pés. Subitamente, a estranha personagem falou com imensa soberba, e de forma extremamente grave, o seguinte:
"Ó, Rubinero, que os egrégios do teu tempo escutem o martelar do teu supérfluo, e que se envergonhem dos seus ouvidos frágeis, mergulhando na mais profunda aflição!
Lá em cima, onde os gelos, infinitos e cruéis, abraçam todas as superfícies, o teu fim encontrarás. Uma nova verdade de marfim aproxima-se, lançada pelo ribombar do trovão, que a partir do seu trono governa o mundo.
Do caos, a estrela nascerá, para trazer ordem à explosão que lhe deu origem. Do fim tudo regressará ao princípio, e do princípio avançará para o fim.
No impenetrável para a consciência, e para a sabedoria dos loucos, permanece o caos por despontar, e a estrela que expandir-se-á em todas as direções, levando a todos os abismos e a todas as alturas a sua verdade, o seu fogo, a sua destruição e, finalmente, a sua criação.
Fora da caverna está a verdade: da terra e do sangue ela irrompe, caminhando de mãos dadas com a mudança, afastando-se das ruínas sombrias de templos abandonados.
Ó, arauto do Dono da Sua Virtude, que os egrégios do teu tempo se aproximem das tuas areias abrasadoras, que se queimem, e que desapareçam sob as águas douradas que, como um maremoto, surgirão violentamente do mar, para na terra alagar todos os subterrâneos".
E, com esta visão e estas palavras, despertou Rubinero violentamente, caindo do ramo acolhedor para o solo negro do bosque, que o recebeu com uma indiferença inquietante.
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